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Queda significativa: Cesta básica em Brusque tem redução de 5,6% em julho

Em parceria com o Dieese, o Fórum Sindical de Brusque e o Sintrafite, a pesquisa revela que a cesta básica ficou mais acessível para os trabalhadores da cidade, acompanhando a tendência de queda observada em todo o país

O bolso dos brusquenses respirou um pouco mais aliviado em julho. A cesta básica, item essencial para o dia a dia das famílias, ficou 5,6% mais barata, conforme aponta a mais recente pesquisa realizada em parceria entre o DIEESE, o Fórum Sindical de Brusque e o Sintrafite. O novo valor, de R$ 647,32, acompanha o movimento de queda visto em diversas capitais do Brasil, sinalizando uma leve melhora no poder de compra dos trabalhadores locais. Com essa redução, Brusque segue uma tendência nacional de alívio nos preços dos produtos essenciais. As diminuições mais expressivas foram observadas no Rio de Janeiro (-6,97%), em Aracaju (-6,71%), Belo Horizonte (-6,39%), Brasília (-6,04%), Recife (-5,91%) e Salvador (-5,46%).

Em julho de 2024, o trabalhador de Brusque, remunerado pelo salário-mínimo de R$ 1.412,00, se considerarmos o salário-mínimo líquido (R$ 1.306,10), após o desconto de 7,5% da Previdência Social, precisou comprometer 49,56% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês.

Entre os itens da cesta, os produtos que registraram queda de preço foram: tomate (-35,21%), banana (-7,93), batata (-4,26%), pão (-2,98%), arroz (-2,64%), leite (-1,89%), carne (-0,81%), açúcar (-0,23%). Os itens que exibiram aumento foram: feijão (8,01%), óleo (3,24%), café (1,34%), manteiga (0,16%). Farinha de trigo apresentou estabilidade no mês.

Com base na cesta mais cara, que, em julho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em julho de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.802,88 ou 4,82 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em junho, o valor necessário era de R$ 6.995,44 e correspondeu a 4,95 vezes o piso mínimo. Em julho de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.528,93 ou 4,95 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.320,00.

Cesta x salário-mínimo (Brusque)

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica em Brusque passou de 106 horas e 51 minutos em junho de 2024 para 100 horas e 51 minutos em julho de 2024.

 

Comportamento dos preços dos produtos da cesta[1]

  • O preço do quilo do café em pó aumentou em todas as capitais, entre junho e julho. As altas variaram entre 1,07%, em Belo Horizonte, e 12,97%, em Brasília. Em 12 meses, todas as cidades apresentaram elevação, com destaque para os percentuais de Aracaju (28,81%) e de Fortaleza (28,04%). A menor oferta internacional e a desvalorização do real diante do dólar elevaram as cotações do grão no mercado externo e interno.
  • O preço comercializado do óleo de soja subiu em 12 das 17 capitais, entre junho e julho, com destaque para as taxas observadas em Aracaju (6,70%), Rio de Janeiro (3,80%) e Campo Grande (3,76%). As reduções mais expressivas ocorreram em Belém (-4,54%) e Florianópolis (-1,68%). Em 12 meses, o preço caiu em nove capitais. A queda mais significativa foi verificada em Salvador
    (-9,32%). Outras oito cidades acumularam aumentos
  • , com destaque para o Rio de Janeiro, onde a variação foi de 9,97%. A desvalorização do real em relação ao dólar e o maior volume exportado de óleo contribuíram para a elevação do preço no varejo.
  • O valor do quilo do pão francês aumentou em 12 capitais, em julho. As maiores variações aconteceram em João Pessoa (2,40%), Campo Grande (2,33%) e Florianópolis (2,03%). O valor ficou estável em Belém e Salvador; e caiu em Brasília (-2,26%), Porto Alegre (-2,22%) e Belo Horizonte  (-1,99%). Em 12 meses, o preço médio aumentou em 14 capitais, com oscilações entre 1,20%, em Brasília, e 6,15%, em João Pessoa. As reduções ocorreram em Aracaju (-5,56%), Recife (-1,85%) e Salvador (-0,40%). A baixa oferta de trigo e o encarecimento das importações, provocado pela desvalorização cambial, explicam o aumento do pão francês.
  • O quilo do tomate teve o valor reduzido em 16 cidades, entre junho e julho. As quedas variaram entre -45,56%, em Campo Grande, e -17,03%, em Fortaleza. A única elevação ocorreu em Belém (0,19%). Em 12 meses, apenas Belém
  • apresentou taxa positiva (15,77%). Nas demais capitais, houve diminuição no valor médio, com destaque para os percentuais em Recife (-46,79%), Natal
    (-40,59%) e Belo Horizonte (-36,67%). O calor fez o tomate amadurecer mais rápido, o que elevou a oferta, e os preços diminuíram na maior parte das cidades.
  • O preço do feijão recuou em 13 capitais, entre junho e julho. Para o tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, as variações ficaram entre -3,04%, em Florianópolis, e -0,66%, em Curitiba. No Rio de Janeiro, o preço médio não variou. Em 12 meses, houve elevação de preço em quase todas as cidades, exceto em Porto Alegre (-3,20%). As maiores altas acumuladas foram observadas em Curitiba (8,42%) e Florianópolis (8,12%). O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo, apresentou aumento em Natal (2,36%), Campo Grande (1,72%) e João Pessoa (0,93%). Já as reduções oscilaram entre em -5,16%, em Belém, e -0,83%, em São Paulo. Em 12 meses, os valores caíram em todas as cidades, com destaque para Belém (-22,57%) e Salvador (-15,74%). A menor demanda, devido às férias
  • escolares, e a maior disponibilidade fizeram cair o valor do grão carioca no varejo. A produção nacional e as importações elevaram a oferta e reduziram o preço.
  • Entre junho e julho, o valor médio do arroz baixou em 13 capitais, com oscilações entre -3,90%, em Belo Horizonte, e -0,37%, em Recife. Em outras quatro capitais, o preço aumentou, com destaque para Porto Alegre (2,26%). Em 12 meses, todas as cidades tiveram taxas acumuladas positivas, as maiores em Curitiba (41,50%), Vitória (40,73%) e Goiânia (40,30%). A maior oferta de grão importado, visto que as exportações seguiram atrativas para os produtores nacionais, fez com que os valores médios caíssem no varejo.
  • O valor do quilo da batata subiu em sete das 10 capitais da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado, com variações entre -12,01%, em Brasília, e -5,56% em São Paulo, entre junho e julho. Em 12 meses, todas as cidades tiveram elevação de preço, com destaque para as variações de Campo Grande (146,60%), Rio de Janeiro (90,81%) e Florianópolis (84,06%). A maior oferta, com a colheita da safra de inverno, foi responsável pela redução dos preços no varejo.

[1] Fontes de consulta: Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – ESALQ/USP, Unifeijão, Conab – Companhia Nacional de Abastecimento, Embrapa, Agrolink, Globo Rural, artigos diversos em jornais e revistas.

 

 

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